segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Guapiaçu: um Rio (de Janeiro) Ameaçado





Guapiaçu: um Rio (de Janeiro) Ameaçado

Em meio à falta d’agua que assola a região sudeste do Brasil, uma pergunta vem à tona: quem pagará a conta dessa crise?
No caso mais emblemático, a região metropolitana de São Paulo, metrópole onde vivem 12 milhões de habitantes, o racionamento “não declarado” já se arrasta há mais de um ano nos bairros periféricos, afetando as populações historicamente marginalizadas: pobres, pretos e favelados.

No Rio de Janeiro, a situação dessa crise parece caminhar na mesma direção, mas com um agravante. Além da escassez já se colocar como uma realidade para os cariocas, a saída para essa “crise”, anunciada pelo atual governador Luiz Fernando Pezão, é afogar mais de três mil histórias.

Prevista para ser construída a 100 km da capital, no município de Cachoeiras de Macacu, a barragem do rio Guapiaçu é apontada pelo governo como solução para o sistema Imunana-Laranjal, que abastece a região leste metropolitana do Rio de Janeiro.

O projeto, que pode atingir diretamente três mil pessoas e incidir diretamente sobre uma cadeia produtiva de quinze mil agricultores, é considerado, pela Associação de Geógrafos Brasileiros, o mais prejudicial do ponto de vista dos seus impactos sociais e ambientais.

Qual é a sensação de ser expulso de casa?

O documentário “Guapiaçu, um Rio de Janeiro Ameaçado” aborda diversas irregularidades envolvendo o projeto da barragem prevista para o município de Cachoeiras de Macacu.

Indenizações que não ultrapassam o preço de um barraco, coação da empresa construtora e táticas de intimidação individual são algumas das violações de direitos humanos retratadas ao longo do vídeo.

Construído coletivamente pelos atingidos da região, este média-metragem procura trazer à tona uma realidade vivida em todas as barragens do país, que já atingiram mais de um milhão de pessoas, segundo relatório da Comissão Mundial de Barragens.

Um filme de: Bruno Ferrari, Guilherme Weimann e Vinicius Denadai
Realização: Movimento dos Atingidos por Barragens
Cooperação: Heinrich Böll Stiftung
Apoio: Fase e Associação dos Geógrafos Brasileiros
Trilha Sonora Original: Moura e Jairo Crespo de Alancântara
Duração: aproximadamente 23 min