domingo, 3 de novembro de 2013

Crise de crédito EUA

Em 2008, o mercado imobiliário dos EUA criou uma crise a partir de uma bolha, que arrastou o mundo para buracos, alguns mais fundos que outros.
Explica-se: com a diminuição da taxa de juros da economia norte-americana para 1% (decisão do governo), quem tinha muito dinheiro (banqueiros) parou de investir em títulos do governo (era como se fosse um empréstimo ao governo, que passaria a ser remunerado a meros 1% ao ano).
O sistema financeiro começou a procurar outras formas de ganhar mais dinheiro, e mais rapidamente. Decidiram pegar dinheiro emprestado com o governo (agora eles também pagariam 1% de juros ao ano ao governo) e investir o dinheiro em imóveis. Através de intermediários (corretores de imóveis e fundos imobiliários), os bancos privados encontravam clientes que queriam comprar casas através de empréstimos com pagamentos de juros...

... Imóveis sempre foram investimentos seguros, já que tendem a valorização. Pessoas que compram uma casa por 100.000, pagando juros que no final os façam pagar 300.000 (3x o valor da casa à vista), sabem que o mercado as valoriza. É que no final do pagamento do financiamento a casa normalmente valerá mais que 300.000, o que, para os clientes, faz o empréstimo valer a pena em situações normais.
Nos EUA, porém, o problema foi a venda indiscriminada de casas (através de empréstimos) para pessoas sem comprovação de renda ou de confiabilidade duvidosa de pagamento. O que acontece se você não pagar? Nos EUA o banco toma a casa de volta, para revenda. Como muitas pessoas perderam a capacidade de pagamento, muitas casas passaram, novamente, para a posse dos bancos. Por esse motivo, houve uma oferta superior à demanda de mercado, fazendo o preço das casas caírem.
Quem estava pagando direitinho (300.000 no financiamento) viu o mercado desvalorizar sua casa (passando a valer, por exemplo, 60.000). Eles pararam de pagar, perderam a casa de propósito, para comprar outra mais barata (as que outros clientes não conseguiram quitar). Frequentemente uma casa melhor e maior. Formou-se um ciclo vicioso.
Estourou-se a bolha imobiliária. Os bancos, que haviam também tomado dinheiro emprestado, não conseguiam mais pagar, pois agora estavam de posse de imóveis, não de dinheiro. E imóveis que valiam cada dia menos. O governo toma o calote dos empréstimos que fizeram, e, para completar, ainda é chamado a socorrer os bancos privados e investidores de Wall Street. Eles fizeram besteira, e o contribuinte (cidadão que vota em políticos e que paga impostos, sustentando o sistema) bancou a conta.
Como convenceram os políticos a pagar essa conta injusta? Hora, os políticos têm suas campanhas políticas financiadas por essas empresas! Presidente, Senadores e Deputados, quase todos com contribuições milionárias dessas empresas em suas eleições. Um jogo de cartas marcadas, chamado de lobbie.
Um alerta para as pessoas comuns em todos os países. Somos impelidos a comprar, mesmo sem ter dinheiro. Esse modelo é o que apresenta o maior avanço do capitalismo: criar renda, para poucos, a partir do não-trabalho, do sistema financeiro (bancos e bolsas de valores, um verdadeiro cassino), deixando de lado o sistema produtivo (indústrias e comércio, que precisam de trabalhadores e que pagam salários, distribuindo, bem ou mal, a renda entre todos).
Criar renda a partir do nada: esse modelo é, também, o que apresenta os maiores riscos.










Referências Bibliográfica:
Planeta: reflexões e atualidades 
A crise do crédito 

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