Em 2008, o mercado imobiliário dos EUA criou uma crise a partir de uma
bolha, que arrastou o mundo para buracos, alguns mais fundos que outros.
Explica-se: com a diminuição da taxa de juros da economia
norte-americana para 1% (decisão do governo), quem tinha muito dinheiro
(banqueiros) parou de investir em títulos do governo (era como se fosse
um empréstimo ao governo, que passaria a ser remunerado a meros 1% ao
ano).
O sistema financeiro começou a procurar outras formas de ganhar mais
dinheiro, e mais rapidamente. Decidiram pegar dinheiro emprestado com o
governo (agora eles também pagariam 1% de juros ao ano ao governo) e
investir o dinheiro em imóveis. Através de intermediários (corretores de
imóveis e fundos imobiliários), os bancos privados encontravam clientes
que queriam comprar casas através de empréstimos com pagamentos de
juros...
... Imóveis sempre foram investimentos seguros, já que tendem a
valorização. Pessoas que compram uma casa por 100.000, pagando juros que
no final os façam pagar 300.000 (3x o valor da casa à vista), sabem que
o mercado as valoriza. É que no final do pagamento do financiamento a
casa normalmente valerá mais que 300.000, o que, para os clientes, faz o
empréstimo valer a pena em situações normais.
Nos EUA, porém, o problema foi a venda indiscriminada de casas (através
de empréstimos) para pessoas sem comprovação de renda ou de
confiabilidade duvidosa de pagamento. O que acontece se você não pagar?
Nos EUA o banco toma a casa de volta, para revenda. Como muitas pessoas
perderam a capacidade de pagamento, muitas casas passaram, novamente,
para a posse dos bancos. Por esse motivo, houve uma oferta superior à
demanda de mercado, fazendo o preço das casas caírem.
Quem estava pagando direitinho (300.000 no financiamento) viu o mercado
desvalorizar sua casa (passando a valer, por exemplo, 60.000). Eles
pararam de pagar, perderam a casa de propósito, para comprar outra mais
barata (as que outros clientes não conseguiram quitar). Frequentemente
uma casa melhor e maior. Formou-se um ciclo vicioso.
Estourou-se a bolha imobiliária. Os bancos, que haviam também tomado
dinheiro emprestado, não conseguiam mais pagar, pois agora estavam de
posse de imóveis, não de dinheiro. E imóveis que valiam cada dia menos. O
governo toma o calote dos empréstimos que fizeram, e, para completar,
ainda é chamado a socorrer os bancos privados e investidores de Wall
Street. Eles fizeram besteira, e o contribuinte (cidadão que vota em
políticos e que paga impostos, sustentando o sistema) bancou a conta.
Como convenceram os políticos a pagar essa conta injusta? Hora, os
políticos têm suas campanhas políticas financiadas por essas empresas!
Presidente, Senadores e Deputados, quase todos com contribuições
milionárias dessas empresas em suas eleições. Um jogo de cartas
marcadas, chamado de lobbie.
Criar renda a partir do nada: esse modelo é, também, o que apresenta os maiores riscos.
Referências Bibliográfica:
Planeta: reflexões e atualidades
A crise do crédito
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