ESPARTA
A pólis Esparta foi fundada pelos dórios, no século
IX a.C., dominando os povos que habitavam essa região (Pe nínsula do Peloponeso, Planície da Lacônia), a
qual, diferentemente de outras pólis gregas, possuía terras férteis para a
agricultura. Essa característica incomum às outras cidades-Estados contribuiu
para o fortalecimento de sua principal marca: o militarismo. Esparta desenvolveu-se
sem a necessidade de ligações com o mar. Sendo assim, a base de sua economia
estava voltada para a agricultura e muito pouco para o artesanato e o comércio.
Por isso, acabou isolando-se das demais pólis, por volta do século VI a.C.
Sociedade
A sociedade espartana não conheceu a mobilidade
social, devido ao seu próprio isolacionismo, provocando pouco desenvolvimento
no comércio. Estava dividida em esparciatas, periecos e hilotas.
Os hilotas representavam a maioria da população, o
que colaborou para o isolacionismo em Esparta, que edificou a sua estrutura
educacional no militarismo, preparando-se para uma eventual defesa territorial
ou revolta interna, por parte dos hilotas.
Educação
A educação espartana era voltada para o militarismo,
valorizando a aptidão física. Toda criança nascida em Esparta era inspecionada
logo nos primeiros dias de vida, sendo considerada apta ou não. As crianças que
apresentavam alguma deficiência física eram sacrificadas.
Os meninos eram separados de sua família aos 7 anos
de idade e seguiam para a instrução militar, sendo o Estado o responsável pela
sua educação até os 18 anos, quando estavam aptos a compor as fileiras do
exército espartano como hoplitas. Aos 30 anos, podiam participar da vida
política e somente aos 60 anos deixavam de ter suas obrigações militares, para
participarem com maior efetividade na política, podendo ser representantes dos
espartanos.
Guerra
perpétua
Esparta
vivia em permanente estado de sítio. Surgida como um pequeno conjunto de
aldeias, em torno do século X a.C., Esparta se desenvolveu agressivamente nos
dois séculos seguintes para se tornar a maior cidade-Estado grega em
território. A base da sua expansão estava na aquisição de terras, de cidadãos
livres para pagamento de taxas e de escravos, chamados hilotas - prisioneiros
de guerra de outras regiões, que eram obrigados a realizar o trabalho braçal.
Apesar de a escravidão ser um traço comum em
praticamente todas as comunidades gregas daquele período, os espartanos foram
além. Descartaram a tradição quando, diferentemente dos rivais, como Atenas e
Argos, passaram a escravizar os seus próprios vizinhos gregos. Os primeiros a
cair foram os messênios, que tinham a mesma etnia dórica dos espartanos. Estimativas
dão conta de que havia de 10 a 20 vezes mais messênios e cidadãos livres do que
espartanos na cidade, por volta de 500 a.C.
Política
O conjunto de leis espartanas surge com Licurgo, legislador lendário de Esparta,
em uma época em que a política era exercida pelos espartanos com vistas somente
à guerra.
No aspecto político, Esparta obedeceu a um Sistema
oligárquico aristocrático, definido da seguinte forma: diarquia, gerúsia,
éforos e ápela.
Na sociedade espartana, as mulheres possuíam maior liberdade
do que em outras cidades-Estados, como em Atenas. Enquanto as espartanas eram
providas de educação para atender às suas necessidades - elas podiam até mesmo
locomover-se sozinhas pela cidade, exercitar-se ao ar livre e participar da
política e da administração do lar com o marido, as atenienses eram educadas
(pelas mulheres mais velhas) somente para os cuidados do lar, ficando enclausuradas
em suas residências
ATENAS
A cidade-Estado de Atenas surgiu da unificação de
diversos focos de povoamento de tribos indo-europeias (aqueus, eólios e
principalmente jônios) que, por volta do século X a.C., instalaram-se no sul da
Península Grega, na região da Ática.
O solo pouco fértil da região foi decisivo para o
desenvolvimento econômico voltado para o mar, apesar do cultivo de cereais e de
oliva. A fundação de colônias atenienses ampliou o comércio com as demais
cidades-Estados gregas.
Após a unificação e a organização de Atenas em torno
da economia voltada para o comércio marítimo, a produção agrícola dos pequenos
comerciantes entrou em decadência, fazendo-os perderem suas terras para os
grandes proprietários e comerciantes, que os tomaram escravos.
Sociedade
Ao contrário de Esparta, a sociedade ateniense
conheceu a mobilidade social pelo enriquecimento de comerciantes. Era dividida em:
eupátridas, metecos e escravos.
Educação
Com
base nas tradições atenienses, a educação dos homens era integral, ou seja,
diferentemente de Esparta, que privilegiava mais o corpo, Atenas buscava um
equilíbrio entre o desenvolvimento intelectual e o vigor físico, objetivando
desenvolver um cidadão apto a assumir seu lugar na pólis. Apesar de a maior
instrução ser voltada para a intelectualidade, as mulheres de Atenas eram excluídas
desse processo.
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