terça-feira, 8 de novembro de 2016

CIVILIZAÇÕES CLÁSSICAS - 3ª PARTE (101, 102, 103, 104)

ESPARTA

A pólis Esparta foi fundada pelos dórios, no século IX a.C., dominando os povos que habitavam essa região (Pe  nínsula do Peloponeso, Planície da Lacônia), a qual, diferentemente de outras pólis gregas, possuía terras férteis para a agricultura. Essa característica incomum às outras cidades-Estados contribuiu para o fortalecimento de sua principal marca: o militarismo. Esparta desenvolveu-se sem a necessidade de ligações com o mar. Sendo assim, a base de sua economia estava voltada para a agricultura e muito pouco para o artesanato e o comércio. Por isso, acabou isolando-se das demais pólis, por volta do século VI a.C.

Sociedade
A sociedade espartana não conheceu a mobilidade social, devido ao seu próprio isolacionismo, provocando pouco desenvolvimento no comércio. Estava dividida em esparciatas, periecos e hilotas.
Os hilotas representavam a maioria da população, o que colaborou para o isolacionismo em Esparta, que edificou a sua estrutura educacional no militarismo, preparando-se para uma eventual defesa territorial ou revolta interna, por parte dos hilotas.

Educação
A educação espartana era voltada para o militarismo, valorizando a aptidão física. Toda criança nascida em Esparta era inspecionada logo nos primeiros dias de vida, sendo considerada apta ou não. As crianças que apresentavam alguma deficiência física eram sacrificadas.
Os meninos eram separados de sua família aos 7 anos de idade e seguiam para a instrução militar, sendo o Estado o responsável pela sua educação até os 18 anos, quando estavam aptos a compor as fileiras do exército espartano como hoplitas. Aos 30 anos, podiam participar da vida política e somente aos 60 anos deixavam de ter suas obrigações militares, para participarem com maior efetividade na política, podendo ser representantes dos espartanos.

Guerra perpétua
Esparta vivia em permanente estado de sítio. Surgida como um pequeno conjunto de aldeias, em torno do século X a.C., Esparta se desenvolveu agressivamente nos dois séculos seguintes para se tornar a maior cidade-Estado grega em território. A base da sua expansão estava na aquisição de terras, de cidadãos livres para pagamento de taxas e de escravos, chamados hilotas - prisioneiros de guerra de outras regiões, que eram obrigados a realizar o trabalho braçal.
Apesar de a escravidão ser um traço comum em praticamente todas as comunidades gregas daquele período, os espartanos foram além. Descartaram a tradição quando, diferentemente dos rivais, como Atenas e Argos, passaram a escravizar os seus próprios vizinhos gregos. Os primeiros a cair foram os messênios, que tinham a mesma etnia dórica dos espartanos. Estimativas dão conta de que havia de 10 a 20 vezes mais messênios e cidadãos livres do que espartanos na cidade, por volta de 500 a.C.

Política
O conjunto de leis espartanas surge com Licurgo, legislador lendário de Esparta, em uma época em que a política era exercida pelos espartanos com vistas somente à guerra.
No aspecto político, Esparta obedeceu a um Sistema oligárquico aristocrático, definido da seguinte forma: diarquia, gerúsia, éforos e ápela.
Na sociedade espartana, as mulheres possuíam maior liberdade do que em outras cidades-Estados, como em Atenas. Enquanto as espartanas eram providas de educação para atender às suas necessidades - elas podiam até mesmo locomover-se sozinhas pela cidade, exercitar-se ao ar livre e participar da política e da administração do lar com o marido, as atenienses eram educadas (pelas mulheres mais velhas) somente para os cuidados do lar, ficando enclausuradas em suas residências

ATENAS
A cidade-Estado de Atenas surgiu da unificação de diversos focos de povoamento de tribos indo-europeias (aqueus, eólios e principalmente jônios) que, por volta do século X a.C., instalaram-se no sul da Península Grega, na região da Ática.
O solo pouco fértil da região foi decisivo para o desenvolvimento econômico voltado para o mar, apesar do cultivo de cereais e de oliva. A fundação de colônias atenienses ampliou o comércio com as demais cidades-Estados gregas.
Após a unificação e a organização de Atenas em torno da economia voltada para o comércio marítimo, a produção agrícola dos pequenos comerciantes entrou em decadência, fazendo-os perderem suas terras para os grandes proprietários e comerciantes, que os tomaram escravos.

Sociedade
Ao contrário de Esparta, a sociedade ateniense conheceu a mobilidade social pelo enriquecimento de comerciantes. Era dividida em: eupátridas, metecos e escravos.

Educação
                Com base nas tradições atenienses, a educação dos homens era integral, ou seja, diferentemente de Esparta, que privilegiava mais o corpo, Atenas buscava um equilíbrio entre o desenvolvimento intelectual e o vigor físico, objetivando desenvolver um cidadão apto a assumir seu lugar na pólis. Apesar de a maior instrução ser voltada para a intelectualidade, as mulheres de Atenas eram excluídas desse processo.

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