terça-feira, 8 de novembro de 2016

CIVILIZAÇÕES CLÁSSICAS - 4ª PARTE (101, 102, 103, 104)

ATENAS

Política
Ao estudar sobre Atenas, é preciso lembrar que sua estrutura política evoluiu consideravelmente, se comparada a Esparta. A democracia não nasceu logo no começo, mas foi se moldando ao longo do tempo.
Inicialmente, a Grécia apresentava um governo baseado na monarquia, na qual o rei, um basileu, concentrava funções religiosas e militares.
Com a valorização da terra e o surgimento da propriedade privada, a monarquia dá lugar ao regime oligárquico, fundado no arcontado, cujos governantes exerciam poderes judiciais, religiosos e militares. Havia também o areópago, que consistia em um conselho de aristocratas formado pelos eupátridas e tinha a função de fiscalizar o arcontado.
Mais tarde, o poder dos eupátridas, que compunham o arcontado, foi contestado após as reformas de Sólon e a ascensão econômica da classe dos comerciantes. Nesse período, a Grécia conheceu a tirania, na qual Pisístrato, apoiado pelos pequenos proprietários, dividiu as terras dos eupátridas e as distribuiu aos camponeses. Além disso, estimulou o comércio marítimo e remodelou Atenas. Os filhos de Pisístrato, Hípias e Hiparco, tentaram dar continuidade à política empreendida pelo pai, mas foram perseguidos pelos eupátridas.
Por fim, Clístenes, um eupátrida, apoiado pelo povo, derrotou seus rivais políticos e assumiu o poder. Clístenes implantou a democracia, bem diferente da que conhecemos hoje, pois os privilegiados eram os cidadãos, isto é, homens filhos de pai e mãe atenienses.
A insatisfação social gerada pelo povo - ocasionada pelas arbitrariedades praticadas pelos eupátridas - suscitou o aparecimento de legisladores, que ficaram conhecidos como reformadores devido às alterações políticas, amenizando as tensões geradas. Dentre esses legisladores, destacam-se Drácon, Sólon e Clístenes.
Apesar das reformas apresentadas, a prática política da democracia era limitada aos cidadãos, isto é, aos homens, maiores de 18 anos, filhos de atenienses. Essa democracia, portanto, discriminava as mulheres, os estrangeiros e os escravos.
Drácon: em 621 a.C., registrou as leis, que eram apenas orais e repassadas pela tradição cultural, tornou-se públicas. Apesar dessa medida, o controle político continuava a ser exercido pelos eupátridas.
Sólon: empreendeu várias reformas, aboliu a escravidão por dívida e dividiu a sociedade em quatro camadas, conforme a renda. Também constituiu a bulé, um conselho formado por 400 indivíduos eleitos, cuja a função era a de elaborar  projetos de lei. A Eclésia era uma assembleia popular que ratificava as propostas de leis da bulé, e por fim criou um órgão para cuidar da justiça, do qual participavam todos os cidadãos, denominados Helieu.

Clístenes: seu governo simbolizou o fim dos governos tiranos e suas reformas administrativas se caracterizaram pela prática da democracia. Criou o ostracismo, que exilava por 10 anos os indivíduos que, porventura, representassem alguma ameaça à democracia. 


PERÍODO CLÁSSICO

O Período Clássico marcou o apogeu da civilização grega, principalmente de Atenas. A base econômica continuou agrária, marcada pelo predomínio dos grandes proprietários de terras. Por outro lado, também houve um desenvolvimento considerável do comércio e o crescimento do número de comerciantes, que conquistaram prestígio social, econômico e político. Outros ramos da economia também cresceram, como a produção cerâmica e a metalurgia. No aspecto arquitetônico, nas artes plásticas, os gregos nos deixaram grandes obras.
Apesar do crescimento econômico, as cidades-Estados ainda prevaleciam no cenário político, e a escravidão era cada vez mais utilizada para a manutenção do sistema.
Esse período também foi marcado por conflitos externos e internos. Cabe lembrar que os gregos dominavam extensas regiões do Mar Mediterrâneo, o Mar Negro e parte da Ásia Menor. Enquanto os gregos viviam uma era de expansão e esplendor, os persas avançavam para o oeste, colocando em perigo as cidades-Estados próximas ao Mar Negro e na Ásia Menor. Não demorou para que os persas liderados por Dario I atacassem Mileto e várias ilhas, como Samos e Lesbos. Mesmo com as tropas enviadas por Atenas, os persas acabaram por destruir Mileto, ameaçando, a partir de então, todo o território grego. Assim, tiveram início as Guerras Médicas.

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