ATENAS
Política
Ao estudar sobre Atenas, é preciso lembrar que sua
estrutura política evoluiu consideravelmente, se comparada a Esparta. A democracia
não nasceu logo no começo, mas foi se moldando ao longo do tempo.
Inicialmente, a Grécia apresentava um governo
baseado na monarquia, na qual o rei, um basileu, concentrava funções religiosas
e militares.
Com a valorização da terra e o surgimento da
propriedade privada, a monarquia dá lugar ao regime oligárquico, fundado no arcontado, cujos governantes exerciam poderes judiciais,
religiosos e militares. Havia também o areópago, que consistia em um conselho
de aristocratas formado pelos eupátridas e tinha a função de fiscalizar o arcontado.
Mais tarde, o poder dos eupátridas, que compunham o
arcontado, foi contestado após as reformas de Sólon e a ascensão econômica da
classe dos comerciantes. Nesse período, a Grécia conheceu a tirania, na qual
Pisístrato, apoiado pelos pequenos proprietários, dividiu as terras dos
eupátridas e as distribuiu aos camponeses. Além disso, estimulou o comércio
marítimo e remodelou Atenas. Os filhos de Pisístrato, Hípias e Hiparco,
tentaram dar continuidade à política empreendida pelo pai, mas foram
perseguidos pelos eupátridas.
Por fim, Clístenes, um eupátrida, apoiado pelo povo,
derrotou seus rivais políticos e assumiu o poder. Clístenes implantou a
democracia, bem diferente da que conhecemos hoje, pois os privilegiados eram os
cidadãos, isto é, homens filhos de pai e mãe atenienses.
A insatisfação social gerada pelo povo - ocasionada
pelas arbitrariedades praticadas pelos eupátridas - suscitou o aparecimento de
legisladores, que ficaram conhecidos como reformadores devido às alterações
políticas, amenizando as tensões geradas. Dentre esses legisladores,
destacam-se Drácon, Sólon e Clístenes.
Apesar das reformas apresentadas, a prática política
da democracia era limitada aos cidadãos, isto é, aos homens, maiores de 18
anos, filhos de atenienses. Essa democracia, portanto, discriminava as
mulheres, os estrangeiros e os escravos.
Drácon: em 621 a.C., registrou as leis, que eram
apenas orais e repassadas pela tradição cultural, tornou-se públicas. Apesar
dessa medida, o controle político continuava a ser exercido pelos eupátridas.
Sólon: empreendeu várias reformas, aboliu a
escravidão por dívida e dividiu a sociedade em quatro camadas, conforme a
renda. Também constituiu a bulé, um conselho formado por 400 indivíduos
eleitos, cuja a função era a de elaborar
projetos de lei. A Eclésia era uma assembleia popular que ratificava as
propostas de leis da bulé, e por fim criou um órgão para cuidar da justiça, do
qual participavam todos os cidadãos, denominados Helieu.
Clístenes: seu governo simbolizou o fim dos governos
tiranos e suas reformas administrativas se caracterizaram pela prática da
democracia. Criou o ostracismo, que exilava por 10 anos os indivíduos que,
porventura, representassem alguma ameaça à democracia.
PERÍODO
CLÁSSICO
O Período Clássico marcou o apogeu da civilização
grega, principalmente de Atenas. A base econômica continuou agrária, marcada
pelo predomínio dos grandes proprietários de terras. Por outro lado, também
houve um desenvolvimento considerável do comércio e o crescimento do número de
comerciantes, que conquistaram prestígio social, econômico e político. Outros
ramos da economia também cresceram, como a produção cerâmica e a metalurgia. No
aspecto arquitetônico, nas artes plásticas, os gregos nos deixaram grandes
obras.
Apesar do crescimento econômico, as cidades-Estados
ainda prevaleciam no cenário político, e a escravidão era cada vez mais
utilizada para a manutenção do sistema.
Esse
período também foi marcado por conflitos externos e internos. Cabe lembrar que
os gregos dominavam extensas regiões do Mar Mediterrâneo, o Mar Negro e parte
da Ásia Menor. Enquanto os gregos viviam uma era de expansão e esplendor, os
persas avançavam para o oeste, colocando em perigo as cidades-Estados próximas
ao Mar Negro e na Ásia Menor. Não demorou para que os persas liderados por
Dario I atacassem Mileto e várias ilhas, como Samos e Lesbos. Mesmo com as tropas
enviadas por Atenas, os persas acabaram por destruir Mileto, ameaçando, a partir
de então, todo o território grego. Assim, tiveram início as Guerras Médicas.
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